Faculdade de Jornalismo: como é?

Há alguns dias me mandaram a seguinte ask: "Sugestão de post: Para ajudar as pessoas que estão pensando em fazer jornalismo, vc podia escrever as matérias, as coisas chatas e as legais, duração, o que vc aprende,etc. ;)" Depois que li isso, minha primeira reação foi: "Como nunca tinha pensado nisso antes?". Então, muito obrigada, querido anon, a sua sugestão de post chegou! 

Eu faço Jornalismo na Universidade Federal Fluminense, a UFF. Os métodos de ensino variam de uma faculdade para a outra. Nem de federal para federal é a mesma coisa, mas a base é a mesma, então espero conseguir ajudar os amiguinhos que estão pensando em vir para a profissão maravilhosa que é a de jornalista. 

Antes de tudo, devo avisar: Você deve ser louco, muito louco para marcar "Comunicação Social" na hora de escolher o curso do vestibular. Isso é sério. Mas depois de entrar, você encontra pessoas mais loucas que você, então o problema não é dos maiores. 

- Matérias.

O curso é dividido em disciplinas teóricas e práticas. O primeiro período, pelo menos na UFF é cheio das teóricas. Variações de matérias de português e historia são figurinha repetida na minha grade curricular. Por exemplo, tenho três Luiguísticas obrigatórias além das aulas que funcionam tipo oficinas de texto jornalístico. Sim, o texto jornalístico é diferente do texto normal, acreditem ou não. As disciplinas práticas são, obviamente, as mais legais de todas, mas também são as mais trabalhosas. No segundo semestre eu tive uma de TV e uma de planejamento visual que arrancaram minha alma além de mais cinco disciplinas obrigatórias. Filosofia, sociologia, antropologia, política, economia e geografia também fazem parte do currículo. 

 - Coisas necessárias ao futuro jornalista.

Quando eu entrei na faculdade, achava que escrever bem era suficiente para ser jornalista. Mas eu estava completamente enganada. Assim como um médico, um jornalista NUNCA para de estudar e se informar mais sobre as coisas da área em que trabalha e sobre o que acontece no resto do mundo. Sim, no resto do mundo. Atualidade é alimento de um jornalista. Além disso, jornalista tem que ser curioso, comunicativo e extrovertido. Não pode ter vergonha de falar com o vendedor da loja nem com o cobrador do ônibus, gente. Um dia você vai precisar correr atrás de fonte e entrevistar gente que você nunca viu na vida. 

- "Você sempre quis fazer jornalismo? Como é a concorrência no vestibular?"

Para falar a verdade, a minha escolha pelo jornalismo foi meio que do nada. Eu sou formada técnica em Turismo e se você me perguntasse há uns três anos o que eu queria ser, eu ia responder que queria ser dançarina. Como a única faculdade pública de dança aqui do Rio só oferece curso noturno e beeem longe da minha casa, eu tive que adaptar meu plano e prestar vestibular para Educação Física, mas não passei (fiz um ano antes de quando prestei para jornal). E hoje em dia, agradeço aos céus por não ter passado simplesmente porque isso não tem nada a ver comigo. No vestibular, Jornalismo não é dos cursos mais concorridos, mas também não é um Letras-hebraico da vida (o tipo de curso que tem três vagas para cada pessoa concorrendo). Como para qualquer curso, você tem que se dedicar e estudar bastante, porque ENEM é uma experiência memorável na vida de uma pessoa: os dois dias de prova sempre vão ser cansativos e você vai ficar loucamente nervoso, mas vale a pena no final. No caso de provas discursivas, as matérias específicas variam entre história, português e geografia. 

No último dia 20/06, eu tive uma "primeira vez" como jornalista. Fui a uma entrevista coletiva representando o TeleSéries, site onde sou colaboradora. O entrevistado foi o ator Freddie Highmore - A Fantástica Fábrica de Chocolate - que veio para cá divulgando a série em que é protagonista, Bates Motel, que estreou no Universal Channel do Brasil no dia 04. Para uma estudante de terceiro período da faculdade, foi uma experiência memorável. Confesso que eu tive surtos antes e depois da entrevista propriamente dita, mas na hora do "vamos ver", eu respirei fundo e tive que conseguir pegar o microfone e fazer perguntas. Na frente de colunistas de vários sites de séries super conhecidos e junto com jornalistas do Estado de São Paulo, Veja e Globo, não teve como não gaguejar no iníciozinho. Ainda mais porque o Freddie é inglês e eu não queria que ele precisasse do tradutor, então inventei de fazer minhas três perguntas em inglês mesmo. E foi lindo ♥ Freddie vai ser para sempre meu primeiro entrevistado fora da faculdade e o primeiro estrangeiro. Além disso, eu e os outros jornalistas ainda ganhamos brindes que eu devo confessar: vou guardar pelo resto da vida como lembrança da minha primeira coletiva de imprensa.  

Se vocês quiserem, podem ver a entrevista publicada aqui. E esse link vai ficar para sempre nos meus favoritos. 

Bem, espero que tenha conseguido dar uma ajudinha para quem estava com dúvidas. Se quiserem saber mais sobre a faculdade, é só aparecer no ask que eu respondo por lá mesmo. Beijinhos :))