Resenha: The Sea of Tranquility, Katja Millay


The Sea of Tranquility
Katja Millay
Atria Books
 ♥♥♥♥♥ ♥

"Good morning, Sunshine (...) What? Sunshine fits you. It’s bright and warm and happy. Just. Like. You."

Um livro para derrubar todos os forninhos existentes na sua vida. Me perguntaram o que eu tinha achado de The Sea of Tranquility (O Mar da Tranquilidade, em português) e foi basicamente assim que eu respondi. Sabe aquela história que te prende, com personagens absurdamente bem construídos a ponto de você gostar até de quem não é tão agradável? Pois é. E Josh Bennett, meu Deus do céu, foi para um dos lugares mais altos da minha lista de namorados literários. Com certeza.

Nastya Kashnikov é uma jovem que acabou de se mudar para a casa da tia, Margot, em outra cidade, para tentar recomeçar a vida depois de um trauma. Como consequência desse trauma, ela tem uma mão que teve que ser reconstruída, a impossibilidade de tocar piano pelo resto dos seus dias, cicatrizes pelo corpo todo e um diferencial: Nastya não fala. A tragédia que marcou a sua adolescência foi tão grande que ela simplesmente perdeu a vontade de falar sobre isso ou qualquer outra coisa. Mas isso não quer dizer que ela não saiba se expressar. Suas roupas escuras, curtas e maquiagem carregada transmitem a imagem que ela quer ter. Que não necessariamente é a verdade. 

“I hate my left hand. I hate to look at it. I hate it when it stutters and trembles and reminds me that my identity is gone. But I look at it anyway, because it also reminds me that I’m going to find the boy who took everything from me. I’m going to kill the boy who killed me, and when I kill him, I’m going to do it with my left hand”

Josh Bennett perdeu todas as pessoas importantes da sua vida e, por isso, também construiu uma barreira em volta de si mesmo. Enquanto Nastya não fala com ninguém, Josh só fala o estritamente necessário e para determinadas pessoas. Na escola, ele constrói um campo de força intransponível em volta de si mesmo. Mesmo assim, esse campo de força não é suficiente para afastar a menina russa de roupas curtas e maquiagem pesada. Os passados trágicos deles dois atraem um ao outro e sem perceber, a relação deles vai ficando mais forte a cada dia. 

“I wonder what it will take for her to pick uo on the fact that she lives in the same world as everybody else, and in that world, people leave me the fuck alone”

O mérito dessa ligação é, em partes, dado a Drew Leighton, o melhor amigo de Josh e completamente oposto a ele. Drew é lindo, rico, popular e só pensa em meninas. Quando Nastya aparece, ele se interessa no mesmo instante. O que ele não sabia é que menina ia fazer com que ele amadurecesse e enxergasse muitas coisas até então ignoradas em seu mundinho de festas e garotas. E, devo admitir: ele se tornou um dos meus personagens preferidos, pelo desenvolvimento e pela forma como ele carrega todos os acontecimentos dramáticos da história. Amo os coadjuvantes que fazem um livro valer a pena.

A relação de Nastya e Josh é, definitivamente, uma das mais bonitas que eu já li. Não apenas por ser bem construída em relação à disposição dos fatos e em como tudo acontece, mas por ser apaixonante mesmo quando não devia. Eles dois são o encaixe um do outro num mundo onde acharam que nunca mais se encaixariam em lugar algum e isso pode soar cliché, mas é verdade. E digo mais: Nastya e Josh chegaram ao patamar antes alcançado apenas por Will e Lake, de Slammed, da Collen Hoover (que por sinal é minha autora preferida) na minha lista de casais literários preferidos. E isso não é pouca coisa. 

“What did you call her?" she asks but I don't think it's her real question.
"Sunshine," I say, and she smiles like she believes it's perfect and she may be the only person other than me who would think so.
"What is she to you?" she whispers. The real question and I know the answer even if I don't know how to say it.
Drew's muffled voice rises up from the floor before I can respond.
"Family," he says.
And he's right.”

A narração da história é dividida entre Nastya e Josh e se eu já amava essa divisão de pontos de vista, fiquei mais apaixonada ainda agora. Katja fez essa divisão absurdamente bem e era possível se identificar com os sentimentos dos dois personagens. Talvez tenha sido por isso que eu me envolvi tanto com a história e sofri junto com eles o tempo inteiro. E está pra nascer sensação melhor do que essa para pessoas que gostam de ler, certo? Também é muito interessante a forma como ela conta sobre o passado de Nastya ao longo da história atual. A brincadeira entre o passado das lembranças dela e o tempo presente aumentou o dinamismo da divisão de vozes e fez com que eu não quisesse desgrudar do livro nem por um segundo.

O fato é: você PRECISA ler esse livro pra ontem; Se gosta de new adults, vai amar. Se não conhece o gênero, POR FAVOR, o que você está esperando para mergulhar nessa maravilha de vida literária? The Sea of Tranquility é ótimo para o começo porque apresenta todos os elementos dos new adults (drama, sexo, palavrões, traumas e etc) em um equilíbrio perfeito. Sério. Então, vamos aproveitar a Black Friday no final desse mês e comprar, combinados? Ele já foi publicado no Brasil como O Mar da Tranquilidade, então quem não consegue ou não gosta de ler em inglês não tem desculpa! Vale a pena, amigos :)


“(...) but Josh is my escape. He’s my hiding place”

2 comentários:

  1. Meu, to mega louca com esse livro, to querendo muito ler porque todo mundo ta dizendo que é perfeito. Eu ganhei alguns marcadores desse livro quando fiz uma compra na saraiva mas nem dei muita bola, nem sabia da sinopse e nem nada. Aí fui cada vez mais ouvindo falarem bem dele e a sua resenhe me deixou com mais vontade ainda! hahah

    www.vodkaescarpin.com.br

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    1. Nandaaaa, vale SUPER a pena. De verdade, cara. Eu to apaixonada por ele até agora e to morrendo de vontade de comprar a versão física, só pra ter na estante, haha

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