Falha no Elenco


Era uma vez uma menina. Uma menina que tinha a vida quase perfeita. Era inteligente, bonita, tinha amigos, estava quase entrando na faculdade de seus sonhos e tinha tudo para ser uma ótima profissional, Ela tinha isso tudo, mas ainda faltava uma coisa. Ela fazia sucesso com alguns meninos, mas nunca sentiu que um deles fosse o certo. Pelo contrário, por eles, ela só conseguia sentir a tal atração física, e isso não bastava. Os outros, os que ela achava serem certos, se mostravam errados em dois tempos.

Pode não parecer, mas essa pequena interrogação na vida amorosa dessa menina fazia com que, às vezes, todo o resto fosse insuficiente. Não que ela não soubesse dar valor à família e aos amigos que tinha. É que um personagem em sua história estava em branco.E esse personagem fazia falta, mesmo que a menina nunca tivesse encontrado um ator que desempenhasse esse papel com destreza e êxito.

Ela não entendia porque todos que pareciam aptos para interpretar esse papel em sua história já estavam ocupados, escrevendo outra história ou só aparentavam aptidão.

Quem sabe ela devesse parar de procurar pelo ator perfeito e, ao invés disso, começar a dar chances de audição aos que se inscrevem?

Mesmo assim, ela continuaria achando insuficiente. Ela amava, só não sabia quem. Não importava a quantidade de palavras usadas para tentar convencê-la a procurar novos atores. Para ela a escolha de elenco  ainda seria frustrada. Um dia, ela encontrará um alguém que vai interpretar esse papel perfeitamente. O papel de um amor.

Safe Land, Parte II



- Parece que ninguém mais veio aqui depois de nós dois. - Eu tive sorte suficiente de conseguir o mesmo quarto de antes.
- É estranho pensar que outras pessoas estiveram aqui, num lugar tão especial pra nós dois. - Toby disse, enquanto colocava nossas bolsas para dentro.
- Não pensa assim que o lugar perde a magia! - Eu disse, rindo.
- Ok, eu paro. - Ele olhou em volta e literalmente se jogou no cama. - E aí, o que nós vamos fazer o aqui o dia todo?
- Huum... Não faço a mínima ideia.
- O quê? Eu achei que você tinha planejado o dia todo! - Ele fingiu indignação. - Para sua sorte eu tenho um baralho, um dominó e um caça palavras na mochila.
- Um baralho, um dominó e um caça palavras? A programação oficial de quem não tem o que fazer e ignora qualquer tipo de tecnologia. Adorei.
- Que comecem os jogos! - Ele disse.

Passamos o resto da manhã intercalando os jogos. Ele desistiu do dominó depois de perder cinco partidas seguidas. Jogamos umas partidas de algum jogo com o baralho e pedimos a comida. Ou melhor, ele pediu a comida, eu só descobri o que era quando chegou. Ele ligou para o delivery do McDonalds.

- Big Mc com Coca Cola e batatas extra? Aprovado.
- Nosso dia tem que ser diferente. Até no almoço.
- Concordo plenamente. E tem tanto tempo que eu não como um desses...
- Eu sei, por isso eu pedi quatro, dois para mim, dois para você.
- Meu Deus! Se você me ver comendo dois Big Mc você desiste de mim na hora.
- Claro que não. Eu nunca desistiria de você. Nem se você comesse uns dez. - Ele era tão fofo! - Só poderia ficar irritado ser você não me desse nem um de todos eles, mas desistir, nunca. - Nós caímos na gargalhada.
- Se é assim... Ao ataque!

E nós comemos todos aqueles hamburgueres e batatas com refrigerantes como se fossemos crianças. No final, quase não conseguíamos nos mexer por causa do estômago cheio. Recorremos aos dvds do quarto e escolhemos "The Roommate".

- Vamos ver a Nina Dobrev. - Ele disse, animado.
- Ouvi dizer que ela só aparece em uma cena desse filme... -Sim, eu estava com ciúmes, era da Nina Dobrev que ele estava falando.
- Do que adianta a Nina se eu não posso fazer isso com ela? - E ele me deu um beijo. E eu esqueci do resto.

Acho que nós só assistimos o filme até descansar o estômago. Só me lembro de ter visto as letrinhas subindo e me perguntado "Nossa, já acabou?" como se realmente tivesse me importado em perder o filme todo. A combinação namorados + filme + escuro nunca termina bem para os atores.

Quando olhamos para o relógio, eram quase seis da noite. Teríamos que ir embora dali à algumas horas.

- Queria que todos os meus dias fossem assim. - Ele falou enquanto estávamos na cama, olhando um para o outro.
- Assim como?
- Com você, sem preocupações, sem todo aquele drama diário, sem esconder nada de ninguém. - Meu rosto estava aninhado em suas mãos.
- Eu também. Queria muito.
- Você está me fazendo muito feliz hoje. Eu precisava sair de casa. - Ele disse.
- A minha casa também não está nos melhores climas. Se não estivesse aqui, realmente estaria na casa da Hanna. Mas fugir disso tudo com elas é impossível. Elas fazem parte disso tanto quanto eu.
- Tanto quanto nós. Eu também sou parte disso tudo.
- Mas tudo tem seu lado positivo. Não fosse por isso tudo nós não estaríamos juntos.
- Ou estaríamos. Eu sempre tive um queda por você, mas Alison sempre me impediu de me aproximar.  Depois do que aconteceu com Jenna, mais ainda.
- Sério? E como eu nunca reparei nisso?
- Você e as meninas enxergavam o que a Alison queria que vocês enxergassem. De certa forma, você faziam tudo o que ela queria. Por isso você nunca reparou em mim. Por causa dela.

Eu concordei com ele. Ali realmente tinha esse poder sobre nós e simplesmente não percebíamos. Ou não queríamos perceber.

- Me desculpe.
- Você não tinha culpa. Alison era manipuladora. Não tenho motivos para te desculpa. Afinal de contas, nós estamos aqui, juntos. E é isso que importa.
- Só isso me importa agora.

Ele buscou o mais fundo dos meus olhos.

- Eu te amo. E não importa o que aconteceu antes. A Alison não importa. Ian já não importa mais. Jenna também não. Só você importa para mim agora. Você. E eu cumpro as minhas promessas. Vai ser para sempre.

Eu não conseguia falar nada. Uma lágrima escorreu de um dos meus olhos. Eles secou e com a mesma mão, me puxou para um beijo. E aquele beijo foi tomando proporções maiores. Até que chegou em um ponto em que nós perdemos completamente o controle que nós tínhamos. Simplesmente, foi acontecendo. Foi um dos melhores dias da minha vida e estava se tornando a melhor noite. As últimas coisa que ele disse ainda ecoavam em minha mente. Continuaram ecoando até nos sonhos que vieram depois, quando adormecemos um nos braços do outro.

E eu finalmente consegui o que queria. Um dia sem repetir a mesma rotina. Um dia sem nenhuma mensagem de A. Eu estava plenamente feliz. E as únicas coisa que me importavam, eram os braços a minha volta. E o dono deles. Meu porto seguro.

Safe Land, Parte I



Eu não aguentava mais tudo o que estava acontecendo. Quase um ano se passou desde que eu, Aria, Emily e Hanna nos reaproximamos e começamos a receber as mensagens de A e a ser atingidas por suas ações. É incrível como de alguma forma todos os aspectos das nossas vidas estão ligados a esse psicopata. A última ação foi colocar o celular do Ian na minha bolsa. Melissa não olha mais na minha cara. Meus pais, como sempre, deram um jeito de fugir para não admitir que ficaram ao lado de Melissa e me deixaram sozinha com ela.

Eu precisava sair dali. Pensar em outra coisa, pelo menos por um dia. Eu tinha uma fuga, e essa fuga tinha nome e sobrenome. Toby Cavanaugh. Ele é a única pessoa que me faz esquecer o drama particular que é a minha vida de uns tempos para cá, apesar de nós estarmos juntos por causa desse drama. E pensar que, um dia, eu o acusei pelo assassinato da Alison. Ele nunca seria capaz de fazer isso.

E e sabia como unir a minha necessidade com uma coisa agradável. Eu ia sair dali com Toby.

Na mesma hora, mandei um sms para ele.  "Passo para te buscar amanhã às 08:00. Esteja pronto, com coisas suficientes para passar um dia fora de casa. Não se atrase para não sermos pegos. Love you.". Eu sabia que ele estava sozinho em casa com Jenna. Passar o dia fora devia ser tudo o que ele mais queria. 

Saí de casa no dia seguinte tentando fazer o mínimo de barulho para não acordar Melissa. "Não sei o motivo de tanto cuidado", pensei. "Ela quer mais que eu vá embora mesmo.". Às 07:58, eu chegava na casa de Toby e ele já esperava por mim na varanda. Ele sim tinha que ser cuidadoso, Jenna sentiria falta dele.

- Para onde nós vamos? - Ele perguntou assim que entrou no carro.
- Não sei. Só quero sair da minha casa. Se pudesse iria para outro país, mas você teria que vir junto. - Ele sorri.
- Alguém sabe que eu estou sendo sequestrado?
- Hanna é meu álibi. Se alguém perguntar, estou na casa dela junto com a Emily. Por isso ela sabe que estou com você.
- Você realmente não tem noção do lugar para onde vamos? - Ele estava intrigado. 
- Claro que tenho. - Eu menti, começando a procurar na mente um lugar para irmos. - Eu sou Spencer Hastings, até as minhas fugas repentinas são bem planejadas - Eu continuei, tentando parecer segura. - Eu só não vou te contar.
- É? Então vamos logo, antes que nos peguem no flagra aqui. 

Ele me deu um beijo, eu liguei o carro novamente e comecei a dirigir. Tinha acabado de ter uma ideia de um lugar onde poderíamos ir. Torci para que Toby não reconhecesse o caminho antes de chegarmos. 

Quando chegamos e eu estacionei, ele me olhou, surpreso pela minha escolha. Era o hotel térreo em que ficamos hospedados por causa de Jenna.

- Eu achei que você quisesse fugir de tudo o que estamos passando. - Ele sempre se coloca junto comigo nos meus problemas. - Vir para cá não me parece a melhor solução.
- Mas eu quero fugir. E esse lugar é a melhor opção, sabe porque? Por que aconteceu uma coisa aqui que é a lembrança mais forte que eu tenho. Uma memória que apagou todas as outras.
- Acho que estou sofrendo de amnésia temporária. - "Isso existe?", pensei. - Eu não consigo me lembrar... - Ele brinca. À essa altura, nós já estávamos fora do carro, encostados na porta do motorista.
- Eu te ajudo a curar a "amnésia temporária"... - E dei um beijo nele. Aproveitei o momento, foi um beijo suave, romântico e cheio de significado. Nos afastamos o suficiente para caber um no olhar do outro. Ele tinha uma mão em meu rosto e outra em minhas costas. Eu o abraçava pelos ombros. - Lembrou? - Ele não me respondeu com palavras.
- Spencer Hastings, eu quero te fazer a mulher mais feliz do mundo. Eu te amo. Muito. - Ele disse, olhando em meus olhos. Minha resposta foi o sorriso contagiante que ele deu depois disso.
- E você se adiantou de novo. Eu também te amo demais. É por isso que você está aqui comigo agora. Só com você eu me sinto segura, longe de tudo... Promete que vai ser para sempre?
- E sempre. Prometo. - Os olhos dele brilhavam. Ele parecia feliz com o que tinha acabado de escutar. Me deu mais um beijo, e antes de entrarmos no hotel, tive a sensação de que aqueles não seriam os únicos do dia.

Give Love a Try.


Ela era uma menina apaixonada que se apegava às pessoas facilmente e tinha acabado de ter uma decepção muito grande. Ele era maduro, responsável e muito simpático. Gostava dela, mas tinha medo dela não corresponder. Por isso enxergava outras coisas como prioridade. Ela começava a se apegar demais e tinha medo de se decepcionar de novo, por isso, não permitia aceitar o sentimento que tinha por ele.


Um dia, depois de muitas tentativas frustradas, eles se encontraram. Conversaram muito, e ela descobriu e aceitou que estava apaixonada. Seu passado a fez insegura e ela acho melhor não ceder ao sentimento. Ele, que já era apaixonado por ela, resolveu tomar a iniciativa. No segundo encontro, antes de ela ir embora, ele disse "eu te amo". Uma lágrima rolou do olho dela enquanto ela falava "eu também te amo" como resposta. Ela estava feliz e emocionada ao mesmo tempo, e foi contagiada pelo sorriso dele, que era um misto de felicidade e alívio pela resposta dela. Um beijo selou as declarações daquela noite.


Ela nunca mais precisou ser insegura, tinha ele ao lado dela o tempo todo. E ele aprendeu que sem correr riscos verdadeiros, automaticamente correria um risco muito pior. O de não ser feliz.

Desabafo.

   É, muito tempo se passou desde a última vez que a gente se viu.
   Me lembro da época em que você costumava significar alguma coisa pra mim. Era tão boa a sensação de nervosismo, o frio na barriga, as mãos tremendo toda vez que eu te via, o arrepio quando acidentalmente a gente se tocava. E da música que só eu ouvia toda vez que você falava o meu nome? Aquilo não tinha explicação.
   Toda vez que você dizia que sentia alguma coisa por mim, meu coração parecia a bateria de uma escola de samba em dia de desfile, por mais que ele soubesse, lá no fundo, que era tudo mentira. Eu acreditava, fazia planos, me iludia, montava nossa vida inteira juntos, o nosso casamento, a nossa casa, até os nossos filhos. Eles seriam lindos. Mas aí chegava o dia que eu ia toda animada falar com você, e você só respondia "oi", mais nada.
    A última vez foi a mais dolorosa, e talvez a mais difícil de superar. Você não tinha o direito de fazer isso comigo, ainda mais porque você sabia como eu me sentia em relação a ela. Nós nunca fomos as "melhores amigas', mas um dia eu percebi que não podia me privar da companhia dela por sua causa, e nesse dia eu descobri a pessoa maravilhosa que ela é. Ela não merece você ou pelo menos ela não merece o que você era comigo. E eu não merecia tudo aquilo. 
   Foi difícil, mas eu superei. As noites em claro? Muitas. Os choros? Muitos também. Mas eu superei, e usei esse sofrimento pra ficar mais forte.
   Hoje você tá aí, feliz, com ela, e eu espero que você tenha mudado esteja a tratando do jeito que ela merece. 
   Eu não estou com outra pessoa. Ainda não me apaixonei também. Você deixou cicatrizes, sabia? Por causa disso eu tirei um tempo pra mim, um tempo pra eu me reconstruir e encontrar outra pessoa que me faça perder o medo que você deixou.