Dear Marie, tell me, do you still believe in me?



Não podia ser. Depois de tanto tempo, eu nem sabia se a reconheceria. Talvez, se tivesse encontrado algum sinal dela na internet. Ou se tivesse voltado para casa mais vezes. Quando se tem quinze anos, todas as paixões parecem que vão durar para sempre. Claro, com quinze anos você não sabe que é imaturo (por mais que pense o contrário). Você não sabe que a sua visão de prioridades é completamente deturpada. Você não sabe que quando chegar aos 30, tudo o que vai querer depois de casinhos sem compromisso, é aquela menina, agora uma mulher, que te amou quando tinha 15 anos, espinhas e 20 dólares na carteira.

Me aproximei. Os cabelos loiros eram maiores e mais lisos, mas o tom era exatamente o mesmo da minha memória. Na nossa época, ela queria ser morena. Será que já foi em algum momento da vida? O corpo magro e a pouca altura batem com a Marie de 15 anos atrás. Ainda assim, era coincidência demais. Numa cidade grande como essa, quinze anos sem se ver e nós dois estarmos no mesmo supermercado. Às onze da noite. Impossível.

Voltei a focar nas minhas compras e tentei tirar isso da minha cabeça. Ou não, deixaria esses questionamentos e essas reflexões nostálgicas do passado na cabeça. De repente daria uma boa música. Segui o caminho contrário, de costas para a mulher que me despertou tudo isso, quando a vi. Uma menininha linda. Loira, com cachos e saia jeans com meia calça cor de rosa. Paralisei. A garota devia ter uns seis anos, mas não tive dúvidas quando olhei em seus olhos. Ela era idêntica à Marie. à minha Marie, de verdade. Passou correndo por mim e a segui com o olhar.

- Mamãe! - Ela chamou e eu teria me virado mais rápido para evitar o contato visual com a mãe dela se não estivesse tão impressionado. Quando percebi, era tarde demais. Não sei como mantive minhas compras nas mãos ao ver que realmente, ela era quem eu pensava que era. Não sei como mantive os joelhos firmes quando ela olhou em meus olhos e me reconheceu da mesma forma.
- Oi, Victoria. - Ela desviou o olhar de mim por dois segundos.
- Posso pegar uma caixa de Fruit Loops?
- Pode, querida. - Victoria deu um saltinho de felicidade e passou correndo por mim novamente.

Eu e Marie ficamos nos olhando por mais alguns segundos. Era difícil de acreditar que eu não tinha exagerado na bebida e não estava vendo coisas.

- John? - Assenti, ainda sem conseguir falar nada. - Você voltou... de vez?
- Não. - Ela abaixou os olhos. - Quer dizer. Não sei. Estou aqui por tempo indeterminado. Talvez não volte mais.
- Vai ser bom pra você ficar longe dos holofotes.
- Sim. - Apontei na direção de Victoria. - Ela é linda. - Marie sorriu de verdade. E eu me apaixonei outra vez.
- É mesmo. - Ela disse, orgulhosa.
- É muito parecida com você. - Sabia que ela ia ficar vermelha. E aquilo era tão adorável na Marie de 30 como era na Marie de 15.
- Pronto, aqui. - Uma jovem se aproximou com alguns produtos antes que ela pudesse me responder. Aparentemente, estavam juntas. Ela olhou para mim e para Marie algumas vezes, mas não fez comentário algum.
- Obrigada. Vicky foi buscar Fruit Loops. Vá atrás dela, por favor.
- Mas mãe...
- Apenas vá, Lydia. - Como uma típica adolescente, ela saiu batendo os pés e foi atrás da irmã mais nova. Marie me fitava com olhos ansiosos. Eu tinha perdido alguma coisa.
- Você sabe como fazer filhas bonitas. - Eu ri.
- Elas duas são a minha vida.
- Quantos anos elas tem? - Perguntei.
- Victoria tem 6. - Ela fez uma pausa.
- E Lydia? - Perguntei, quando percebi que ela não ia falar mais.
- Lydia tem 15.

Resenha: Simplesmente Ana, Marina Carvalho


Simplesmente Ana
Marina Carvalho
Novo Conceito

Tenho uma confissão a fazer. Meu nome é Ariel e toda vez que eu vejo uma história de princesa, fico com invejinha porque desde pequena eu sempre quis abraçar essa parte da minha identidade e nunca consegui. Então, lendo Simplesmente Ana, confesso que quis estar no lugar dela em muitos momentos principalmente nas orgias consumistas. A base da história da Ana é bem conhecida e a comparação com O Diário da Princesa, livro de Meg Cabot que ganhou versão para o cinema estrelada pela Anne Hathaway, é inevitável. Mas se engana quem acha que Ana e Mia são iguais e que a história é a mesma. Se engana muito, por sinal.

Para começar, um belo dia, Ana sai da faculdade e vai para casa, em Minas, onde mora com a mãe e abre o Facebook. Andrej Markov, claramente um estrangeiro, deixou um recado para ela: "Eu acho que sou seu pai". E nisso a vida de Ana vira de cabeça para baixo. Ela vai encontrar Andrej e na mesma hora, percebe que é impossível que eles não sejam parentes: Ana é a cara dele. Depois de ouvir o lado dele da história e de colocá-lo de frente para sua mãe, não houve mais dúvidas. Ana tinha, finalmente, encontrado seu pai. Com 20 anos de idade. E não para por aí: O cara não era rico. Ele é o rei da Krósvia. O que faz dela uma princesa. E isso tudo de informação vem só nos primeiros capítulos.

"- É lindo - murmurei. E o abracei em seguida. - Obrigada por tudo. Vou fazer meu melhor. Prometo, papai. 
E essa foi a primeira vez que chamei Andrej de papai. Deliberadamente" 

Depois de muito relutar, Ana aceita o convite de seu pai e vai conhecer o país onde deveria ter sido criada. Chegando à Krósvia, ela conhece pessoas maravilhosas e outras nem tanto assim, rs. Irina, sua fiel escudeira/assessora/secretária/guia de turismo/faz tudo é uma daquelas personagens que não tem como você não gostar: Ela está sempre ao lado de Ana quando ela precisa. Karenina, a cozinheira chefe do palácio foi uma daquelas que eu eu tive vontade de trazer à vida e colocar na minha casa por dois motivos: 1 - ela é a cozinheira do castelo, o que faz da comida dela a mais perfeita da vida; 2 - ela é tão fofa, mas tão fofa que dá vontade de apertar. Tomara que ela tenha mais destaque nas continuações de Simplesmente Ana.

Mas o problema mesmo se dá quando Ana é apresentada a Alexander, o mauricinho gostosão, enteado de Andrej. Quando o padrasto chega em chega de uma viagem de negócios com uma menina de 20 anos embaixo do braço dizendo que é filha dele, a primeira atitude de Alex é achar que Ana é uma golpista. E como a primeira impressão é quase sempre a que fica... O início e o meio e quase o fim do relacionamento deles dois é bem conturbado. Mas mesmo assim, é impossível não se apaixonar pelo fofo e prepotente, metido e orgulhoso do Alex. A ponto de não saber como ele consegue ficar com uma mulher tipo Laika nome de cachorro, sua namorada. Ela sim é o tipo de mulher linda, insegura e sem escrúpulos que nós amamos odiar. E como tem mais dois livros sobre a história da Ana Carina Bernardes Markov vindo por aí, eu acho que ela vai dar as caras de novo pela Krósvia.

Esse foi o primeiro livro publicado da Marina Carvalho, mas não foi o primeiro livro dela que li. No início do ano, me entreguei a Azul da Cor do Mar e digo que ela merece todo o sucesso que vem fazendo, porque além de ser absurdamente fofa e simpática (até quando a gente perturba a cabeça), escreve super bem e descobriu juntinho com meus outros autores favoritos como fazer pra eu me apaixonar de verdade por um personagem (ainda não superei o protagonista de Azul da Cor do Mar, sendo sincera).

" - Você sabe o que a letra diz? - Essa pergunta eu fiz bem devagar. 
Alex me olhou de esguelha, evitando encontrar meu olhar. Diante disso, levante algumas hipóteses: Alex sabia. Se sabia, é porque buscara uma tradução para ela, pois não pronunciava nem "obrigado" em português. Se fora atrás da tradução, provavelmente queria entender a letra. E, se ficou sem graça com a minha pergunta, foi porque fez tudo isso pensando em mim"

Resenha: Noiva de Ocasião, Liz Fielding


Noiva de Ocasião -  The Bride's Baby
Liz Fielding
Harlequin 

Confesso que estou super feliz por ter lido esse livro. Não porque a história dele foi absurdamente maravilhosa e transformou a minha vida, mas porque eu sempre quis entrar no mundo dos romances de banca e nunca tinha conseguido. No caso desse, li pelo Kindle (se não me engano a Harlequin liberou esse e mais três para download de graça), mas quando era mais nova, via a minha mãe com aqueles livrinhos de banca de jornal que são super baratos (na era pré e-reader) e ficava com vontade de ler.

Confesso que o tema foi favorável para que eu escolhesse esse livro e meu julgamento pode ter sido por isso, mas o livro é bom de verdade. Não é um best seller ou aquele romance avassalador que te faz se debulhar em lágrimas. Na verdade é bem cliché, mas eu amo histórias assim e por ser um romance de banca, é bem curtinho (183 páginas no Kindle) e fácil de ler. Na versão que peguei, encontrei alguns probleminhas de tradução, talvez, que dificultaram um pouco a clareza de algumas passagens e precisei dar uma puladinha e me virar para entender o que realmente estava acontecendo. Fora isso, foi até bem tranquilo encarar a história de Tom McFarlane e Sylvie Smith.

Sylvie é uma organizadora de casamentos super renomada em Londres que, pela primeira vez, teve que lidar com um determinado problema: depois de planejar o casamento de Candy Harcourt, uma amiga antiga com o mega hiper ultra milionário Tom McFarlane, Candy fugiu no dia da cerimônia com um membro de sua equipe. Quando precisou se encontrar com Tom para acertar as contas do casamento, tentou se manter profissional e centrada, mas, assim como ele, não podia negar a atração que sentiam. Depois de uma tarde torturante revendo item por item da lista de fornecedores que precisavam de remuneração, eles acabaram cedendo ao desejo.

Por um mal entendido, Tom não ligou no dia seguinte. Por outro mal entendido, não entrou em contato quando Sylvie entregou, em seu apartamento vazio, uma carta dizendo que estava grávida. E fechando os mal entendidos das vidas desses dois, Tom ainda acha que durante o tem que passou viajando, Sylvie voltou com o ex namorado e está prestes a se casar com ele. E o reencontro? Acontece numa feira de casamentos. E eu acho melhor não contar essa parte pra não entregar os acontecimentos todos.

Noiva de Ocasião é basicamente todo centrado em Sylvie e Tom, ou seja, nada de personagens secundários lindamente maravilhosos pra gente se apaixonar e querer trazer de dentro do livro pra vida real. Nem o próprio Tom é assim, tão maravilhoso quanto Sylvie descreve, É um livro pra ser lido de uma vez só, naquele dia de ressaca literária em que você quer e precisa ocupar a mente com outra história que não exija muito do seu cérebro. Mesmo assim, vale a pena :)

"Enterrara-se no trabalho e fez o que pode para não pensar nela. E manteve o pulso firme a respeito disso até o momento em que ela apareceu em seu escritório com a maldita fatura. Se não tivesse escrito aquele "pessoal" no envelope, sem dúvida na tentativa de poupá-lo do constrangimento, sua assistente o teria aberto, lidado com o assunto e efetuado o pagamento sem nem mesmo incomodá-lo.
Mas o envelope foi deixado em sua mesa para pegá-lo de surpresa quando o abriu. Nervoso, ficou determinado a olhar nos olhos dela e desafiá-la. Desafiar a si mesmo.
Bem, ele vencera. E perdera.
Duas vezes. Porque, cara a cara com ela agora, sabia que ela era a pessoa certa. A certa."


Adeus?



- Então, Mariana, eu acho melhor a gente terminar.
- O quê?
- É melhor que a gente termine enquanto isso tudo ainda não acabou com o respeito que temos um pelo outro.
- Isso tudo o que? Não aconteceu nada, Bernardo. 
- Aconteceu sim, Mari.
- Verdade. Aconteceu. E aconteceu com você, porque eu não estou entendendo nada. 
- Você não ouviu o que eu disse? 
- Ouvi. E você não disse nada que tivesse nexo. 
- Tem nexo pra mim. 
- Então agora você toma uma decisão por nós dois baseada em absolutamente nada e não quer nem me explicar o motivo?
- É complicado, Mari...
- Não me chama de Mari! Agora pra você é Mariana. E de preferência, que não seja nada. Porque depois de tanto tempo eu acabei de descobrir que você é um babaca tão grande quanto os outros que eu conheci. E eu achei que você era diferente. 
- Não acredito que você tá me comparando com os seus ex namorados. 
- Me diz o que você está fazendo agora pra me provar o contrário. 
- Eu não te traí. 
- Como se terminar comigo depois de seis anos assim, do nada, sem explicação fosse muito diferente. 
- ...
- Bernardo. Me diz. Por que você tá terminando comigo?
- Porque eu não quero mais ficar com você, Cansei do seu controle, Mariana. 
- Tudo bem. Eu só queria um motivo. Por mais que eu saiba que isso não é verdade, porque eu posso ser muitas coisas, menos controladora. 
- Claro que é, Mariana. 
- Okay. Não quero prolongar isso. 
- Eu quero ficar sozinho por um tempo. 
- Não vou discutir nem te implorar pra ficar, Bernardo. 
- Pego as minhas coisas na sua casa amanhã. 
- Se um dia você resolver não ficar mais sozinho, me avisa. 
- Você disse que não ia implorar. 
- Eu não. Mas o seu filho provavelmente vai querer o pai por perto. 
- Filho?
- Eu ia te contar hoje, de qualquer forma. Só esperava que o contexto fosse diferente. 
- Eu vou ser pai? 
- Só se você quiser. Eu não preciso de você pra nada. Vou cuidar dessa criança sozinha, mas seria bom que ela tivesse um pai. Se não tiver também, não tem problema. 
- Mariana, espera. 
- Não. Você quer ficar um pouco sozinho. 

Pinterest pra que te quero #1

Como toda pessoa viciada em casamentos que se preze, eu tenho um Pinterest. Eu descobri essa maravilha dos deuses e da natureza há alguns meses e foi só baixar o app para o celular que deu-se a desgraça: eu estava viciada. Inclusive, acho que eu passei a gostar mais ainda de casamentos depois disso. Descobrir as diferenças entre os casamentos nos EUA e aqui no Brasil também foi outra coisa que eu consegui por causa dele. Mas a graça do Pinterest é que não tem foto de casamento (apesar do meu perfil ter esse tema em predominância). Tem DIY, decoração, receitas, dieta e bebês fofos. E esse é só o começo. Nada mais justo do que deixar o bonito ter um espacinho por aqui.

Como eu estou escrevendo um casamento, as fotos que selecionei pro post de hoje são sobre o meu tão amado tema (suspiros), mas eu juro que tento fugir dele nos próximos posts - até porque eu não preciso necessariamente da desculpa do Pinterest pra falar de casamento, né?

- Praticidade <3






Acho que toda cerimônia de casamento tem sempre aquele detalhe em que ninguém pensa antes de precisar. Tipo esses pesinhos pra véu de noiva. Imagina você casando num lugar aberto, cheio de vento e o seu véu voando de um lado pro outro. Não dá, de jeito nenhum.


- Fotos pré cerimônia



















Acho que essas são as minhas preferidas. Algumas são tão absurdamente lindas que dá vontade de voltar no tempo e descobrir onde foram tiradas só pra poder participar também. Essa dos padrinhos e pais orando pelos noivos é uma das que eu mais gosto (e provavelmente vou querer ter quando o meu big day chegar). As fotos com daminhas são apenas as coisas mais fofas da face da terra e escolher só essa aí foi dolorido pro meu coração, haha.

- SAVE THE DATE!



















O Save the Date mais comum é aquele online, seja por e-mail ou facebook. Esses são mais práticos e, cm certeza, mais econômicos. Mas se os noivos quiserem, podem distribuir os avisos de "reserva" de data como convites, e nesse caso, os modelos que tem uma utilidade efetiva são os que mais me cativam. Esses imãs de geladeira imitando polaroids e o marcador de livros foram os que mais chamaram a minha atenção até agora.

Juro juradinho que os próximos vão ser um pouquinho maiores, agora eu confesso que estou na correria (pra variar). Já fez/tem sua conta no Pinterest? Me segue por lá: arielcristinab <3

Photograph - Laura e Renato #3

(Leia ouvindo a música)


Analisando a minha situação atual, vejo que agora a ideia de beber sozinha não foi muito boa. Estava deitada, sentindo o frescor do ar condicionado começando a gelar o quarto e com a cabeça girando. Renato estava na minha, quer dizer, na nossa casa de novo. Aposto que estava na cozinha matando as saudades da mobília decente que nós dois escolhemos e que ele não tem no apartamento dele, afinal de contas, era aqui que ele morava. E é aqui que ele tem que continuar morando. Eu só não consegui fazer isso. Ainda.

Liguei a TV para tentar focar em outra coisa além da minha tontura, mas as luzes só me deixavam mais tonta ainda. Fiquei olhando pro teto e esperando Renato levar minha comida. Acho que cochilei por uns dez minutos, porque quando abri os olhos foi porque ele me chamou.

- Acorda, Laura. Se você dormir bêbada assim amanhã vai passar o dia com dor de cabeça.
- Eu não to bêbada, Renato. Só tô um pouco alta.
- Foi exatamente isso o que você disse nas últimas vezes em que estava bêbada. - Não podia ir contra aquilo. Era verdade. Mas eu não me renderia tão facilmente.
- Se eu não lembro, não posso concordar com você. - Eu ri.
- Isso só prova que eu estou certo. Como sempre. - Ele debochou.
- Como sempre? Nem em sonho, querido.
- Me diz uma ocasião em que você estava certa e eu não.
- Não consigo lembrar agora, mas eu sei que estou certa na maior parte das vezes.
- Se você não lembra, não posso concordar com você. - Ele usou meu veneno contra mim.
- Touché. - Falei. - Cadê a comida, Renato? - Perguntei, percebendo pela primeira vez que ele só tinha trago uma caneca.
- Você vai tomar um café forte antes de comer. Pra cortar o efeito do álcool. Não vou deixar nossa primeira conversa depois de semanas ser com você alta.

Relutei mais um pouquinho por puro charme. Eu estava gostando bastante de todo o cuidado dele comigo, para falar a verdade. Sentia falta daquilo como se fosse uma coisa vital. No fim das contas, de repente até era, porque tenho certeza que uma parte de mim morreu quando ele foi embora.

- Você vai demorar mais para me dizer o que houve com o seu cabelo só para me deixar curiosa? - Perguntei, me sentindo um pouco mais sóbria depois de um balde de café. Ele riu.
- Não sei se quero realmente te contar o que aconteceu.
- Você disse que ia explicar! E eu vou insistir até a morte se você não me contar agora porque raios os seus cachinhos não estão mais onde deveriam estar e você está semi careca. - Eu fingi estar com raiva. Mas a parte de que insistiria em saber era verdade.
- É bobo demais.
- Depois de tanto tempo você ainda se preocupa com o que é bobo ou não em relação a mim?
- É...
- E é bem capaz de eu gostar justamente por ser bobo.
- Isso é verdade.
- Então...
- Vamos comer primeiro. - Tentei protestar, mas ele não deixou - Deixei duas lasanhas congeladas no microondas e elas devem estar prontas. - Fiz careta. - E eu sei que você sempre quebra a dieta, então não começa a reclamar, por favor.
- Qual é o sabor da minha?
- Quatro queijos. Com bacon.
- Você está perdoado. Mas eu ainda não esqueci do seu cabelo. - Falei enquanto me levantava para ajudá-lo.
- Onde você vai? - Ele perguntou.
- Te ajudar. Você é fisicamente incapaz de trazer dois pratos e dois copos de uma vez só. E nós dois sabemos disso. - Como se tivesse reconhecido a deficiência, ele abriu a porta do quarto e me deixou passar. Ainda estava um pouco tonta, mas já conseguia andar sem precisar de ajuda.

No caminho para a cozinha, com o apartamento tomado pelo cheiro maravilhoso e nada saudável das nossas lasanhas, eu tive uma epifânia. Nem sei se o nome disso que eu tive é realmente epifânia, mas acontece que eu percebi uma coisa. Que se eu não fizesse nada naquele momento, Renato ia jantar comigo e depois ia embora. E eu ia ficar na mesma situação deplorável de abandono humano de antes. Me virei subitamente e Renato, que estava vindo atrás de mim, acabou por esbarrar e me fazer bater com o rosto em seu peito no escuro.

- Que foi? - Perguntou. - Desistiu de comer?
- Desculpa. - Não sabia o que fazer, mas acho que começar por aqui seria bom. - Eu fui uma idiota. Não devia ter te falado nada do que falei naquele dia. Eu só me deixei levar pelo ciúme e pelo medo de te perder e não vi que não tinha nada acontecendo ali e cara, eu acho que as duas semanas que você não passou comigo foram as piores da minha vida toda, porque eu esqueci de fazer tudo o que era importante, perdi a vontade de me divertir e passei todos os dias comendo tudo o que tinha dentro dessa casa, agora to sem nada pra comer, passando fome e bebendo sozinha na varanda e isso é tão deprimente! - Parei de falar para respirar e porque comecei a chorar. - Eu sinto falta de você me fazendo cócegas, me beliscando e me jogando no sofá pra vencer a corrida até a cama antes de dormir. E minhas manhãs não foram mais as mesmas sem seus bilhetes no espelho do banheiro quando precisava sair mais cedo, ficava com pena de me acordar, ativava o meu despertador e preparava meu café. Eu não te mereço, Renato. Eu sou uma grossa, estúpida e pavio curto. Você pode arrumar alguém muito melhor que eu e eu ficaria feliz por te ver com alguém que pudesse ser tão maravilhoso para você quanto você é para mim. Eu ficaria destruída, mais do que estou agora, mas ficaria tristemente feliz, se é que isso é possível. Então, por favor, me diz que você não tem outra pessoa porque eu acho morreria agora mesmo se isso fosse verdade. Volta pra casa. Volta pra mim.
- Achei que você fosse morrer sem ar. - E foi assim que ele me fez rir em meio às lágrimas.
- Eu só não sabia o que dizer e quando descobri, disse tudo de uma vez.
- Percebi.
- Essa é a parte em que você comenta o meu discurso.
- Achei motivador. Você podia ter feito pausas para ajudar na compreensão do discurso mais vezes, mas a emoção passada na sua voz desesperada misturada com as lágrimas foi bem emocionante... - Ele falou com voz de professor.
- Renato... - Interrompi.
- ... e teve o resultado desejado. Seu ouvinte não só estava disposto a fazer as pazes com você hoje, como também faria isso com ou sem esse seu discurso arrependido. Ele passou por dias tão ruins quanto os seus e nunca agradeceu tanto aos céus por você ter ficado bêbada, porque o orgulho dele não o deixava te ligar. No caminho para cá, ele estava mais nervoso do que no primeiro encontro de vocês. Inclusive, ele descobriu que não sabe mais morar sozinho sem te ouvir reclamar da tábua do vaso levantada, sem abastecer o seu carro e te dar presentes. Ele percebeu que tinha feito merda quando logo depois de ter dado a carona para a colega de trabalho que desencadeou a briga de vocês e de ter voltado para casa, ela deu em cima dele descaradamente. Ele só conseguia pensar que você estava certa. E tudo o que ele mais quer fazer agora é te dar um beijo e pedir pra você o aceitar de volta. - Ouvi tudo calada.
- Ele não prestou atenção no que eu disse, como de costume, né? - Ele fez uma cara triste, achando que eu ia brigar de novo e pela primeira vez percebi que ele estava chorando. Sequei suas lágrimas. - Ele não precisa pedir para eu o aceitar de volta. Eu nunca o deixei ir.

Era tudo o que Renato precisava para me puxar para seus braços de novo, dessa vez, da forma como eu queria desde o início. Urgente, me fazendo lembrar de como eu senti falta daquilo nas últimas duas semanas.

Acabamos por esquecer na lasanha e quase duas horas depois, deitados no sofá, eu lembrei.

- O que houve com seu cabelo, afinal de contas? - Ele riu.
- Lembra da primeira foto que nós tiramos juntos?
- Na calourada da faculdade, no ano em que eu entrei pra engenharia e você pra publicidade. Eu tenho essa foto na carteira. - Falei.
- E como eu estava nessa foto?
- Totalmente sem cabelo por causa do trote.
- Foi naquela noite que eu comecei a me interessar por você. E desde então, nunca olhei pra outra mulher. - Eu sabia que nosso rolo tinha começado na faculdade, mas não que tinha sido tão no início.
- A gente demorou quase três anos depois daquilo pra ficar juntos.
- E eu te amei esse tempo todo. Então achei que ia conseguir voltar pra aquela época. Esperaria três anos de novo se soubesse que ia te ter no final. Tive medo de ter terminado de vez pra gente. Cortei o cabelo. - Eu estava com aquele sorriso bobo que nenhum outro cara me fez dar em toda a minha vida.
- Eu te amo, Rê.
- Também te amo, Fiona.
- Você não em chama assim desde a faculdade. - Eu ri.
- Você continua uma ogrinha.
- Verdade. Ah, se é assim, estou com fome! - Lembrei das lasanhas.
- Eu deixo você se levantar com uma condição. - Ele sussurrou no meu ouvido.
- Acho que consigo esperar mais um pouquinho.

Me entreguei a ele de novo. E sabia que dessa vez seria sem volta.


Vamos falar de casamento?


Ah, casamentos... Não faz muito tempo que eu resolvi abraçar essa parte romântica incurável de mim que chora até com casamento de cachorro. Okay, não é pra tanto, mas eu realmente gosto de casamentos. Lembro que quando eu era pequenininha e minha madrinha noivou, eu adorava ficar no meio dos preparativos. Na prova do vestido, então, fiquei maravilhada. Mas quase dez anos se passaram e eu acheva que aquilo era coisa boba, de criança que gosta de se sentir incluída em coisa de gente grande.



Até o dia em que a faculdade entrou em greve e eu decidi escrever uma fanfic, no primeiro período. Talvez fosse a falta do que fazer (com certeza isso influenciou), mas eu casei os três casais principais e o último casamento, o dos protagonistas, rendeu três capítulos e mais de vinte páginas de word. Organizei todos os detalhes. Escolhi um lugar real, um vestido real, uma decoração real. Trash the dress, jantar de ensaio, tema, encontro furtivo na véspera da cerimônia, lista de músicas, tudo isso. E por mais que tenha sido ficcional, deu um trabalho do caramba, Lembro que passei uns dois meses pesquisando o vestido que a Anne (minha protagonista) usaria. E isso tudo antes de descobrir a maravilha que é o Pinterest (tem o link do meu ali embaixo da minha foto) pra essas coisas.

Quando eu li "Álbum de Casamento", da Nora Roberts, as coisas se elevaram a um outro nível e agora até livro sobre organização de casamentos eu tenho. E não, eu não acho isso um exagero. Uma segunda opção de carreira, talvez. Mas isso é assunto pra outro post.

A grande verdade é que casamentos me emocionam, me deixam feliz e me inspiram. No final desse ano, duas primas e uma amiga minha casam e eu não vejo a hora das datas chegarem, em parte pra ver as carinhas de realização delas três, em parte porque eu vou sair de cada um deles me sentindo absurdamente bem.

Não, eu não estou noiva e não tenho previsão concreta de quanto tempo vou levar pra ficar e casar. Mas gosto de pensar que quando chegar a minha vez eu não vou ficar rodando, perdida, sem saber o que fazer por causa de tantas horas gastas - ou investidas, como preferir - com isso agora.

A minha missão aqui hoje é ajudar alguma possível noivinha que se encontre pedida por aqui e de quem gosta o tema tanto quanto eu. Lá no Instagram tem uns perfis matrimoniais que alimentam meu vício diariamente quando não dá tempo de ficar rolando entre os álbuns do Pinterest e eu selecionei os meus preferidos pra colocar aqui:

1 - Casamentando

O Casamentando foi um dos primeiros que eu segui e me apaixonei logo de cara porque além de postarem várias fotos com ideias e dicas de decoração, lembrancinhas e afins, eles sempre dão regram em outros perfis que são tão lindos quanto, ou seja, você segue um e conhece vários outros. Quer coisa melhor pra uma pessoa viciada?



2 - Véu da Noiva

O Véu da Noiva, como alguns outros dessa lista, é um blog que eu achei pelo Instagram (link aqui). A dona é a Stéfany Salavágio e o blog tem várias seções com vários detalhezinhos e dicas sobre a organização do casório e é uma mão na roda pra qualquer noiva.



3 - De Noiva para Noivas

O vestido aí de baixo é só o começo de tantos que vi nesse perfil. E são todos TÃO lindos. Eu realmente acho que no dia em que eu noivar, vou querer ter uns três vestidos pra não precisar escolher um só, haha.


4 - Para Sempre Noivas

O Para Sempre Noivas também tem um blog com dicas lindas e maravilhosas pro dia do "I do", mas o Insta é mesmo o que elas mais atualizam com fotos fofíssimas tipo essa aí:


5 - Lápis de Noiva

 Venho por meio deste confessar que já passei bastante tempo rolando as páginas do blog do Lápis de Noiva. E já lacrimejei com as histórias dos casamentos reais. Pois é.




6 - Be Marriage

O Be Marriage é o perfil no Instagram da Nanda Vedovatto, que é wedding planner. No site da equipe dela (aqui) tem a galeria dos casórios que eles já organizaram e eu confesso que fiquei com dor no coração por eles serem de São Paulo. Isso porque eu sou do Rio e ainda não tenho previsão de subir ao altar, haha


7 - Eu Disse Sim

 O Eu Disse Sim é o blog lindo, divo e maravilhoso sobre o dia da troca de alianças, o que vem antes e o que vem depois da Naty Prioli. Outro blog digno de perder horas rolando páginas.

Resenha: A Aposta, Rachel Van Dyken - A Aposta #1


A Aposta - The Bet
Rachel Van Dyken
The Bet #1
Suma de Letras

Impulso da TPM. Foi isso que me fez trocar a hora de almoço no trabalho por uma visita demorada à livraria do shopping que tem lá perto. Rodei em busca de alguma coisa, qualquer coisa que saltasse aos meus olhos. Confesso que nem preço eu vi direito, só elegi dois entre os muitos que queria e trouxe para casa. Entre eles, o primeiro que li foi A Aposta, da Rachel Van Dyken. E fazia tempo que eu não lia algo que me fizesse lembrar o motivo dessa minha obsessão por livros e por sempre comprar e ler mais livros, por mais que não haja mais espaço físico para eles no meu quarto e por mais que eu já esteja apaixonada por mais personagens do que posso contar nos dedos. Porque é a história mais cliché de todas as histórias, e ainda assim me fez dar risadas em alto em bom som. No metrô e no ônibus. Já desisti de fazer as pessoas acharem que sou normal mesmo.

Então, A Aposta é a história de Kacey Jacob, Jake Titus e Travis Titus. Os três foram criados juntos e os dois irmãos sempre tiveram uma quedinha por Kacey, apesar de demonstrarem de forma diferente um do outro. Travis a atormentava em todos os momentos – não é à toa que ele ganha de Kacey o apelido de Satã – e Jake, sempre procurando protegê-la, se tornou seu melhor amigo. Kacey e Jake chegaram até a namorar no ensino médio e na faculdade, mas eles terminaram e a vida dela virou completamente de cabeça para baixo ao mesmo tempo (por motivos que devem ser descobertos no livro). Depois disso, nunca mais se falaram.

"- Não minta, Jake. Eu também me lembro de quando você sonhava em ter uma fazenda com galinhas. 
- Eu tinha 7 anos!
- Você era um fofo (...). Além disso... Eu te dei seu primeiro beijo. antes de todas as strippers.
- Fala baixo, Kace!
- Antes de você saber o que era beijo de língua - Ela riu - Kacey, Kacey, o que eu faço com a minha língua? - imitiu ela.
- Hilário. - Ele se ajeitou na cadeira e estalou o pescoço.
- A sensação é esquisita assim mesmo? - Ela continuou imitando Jake e caiu na gargalhada."

Entre os membros da família Titus, Kacey apenas manteve contato com a avó dos meninos, a quem sempre considerou como se fosse sua avó de verdade. A vovó (que não tem o nome citado na história) é, de longe, a melhor personagem do livro. Ela literalmente dita as regras e faz tudo a seu redor acontecer da forma como deseja. É por causa dessa avó de personalidade forte que Kacey é convencida a ir de Seattle, onde mora sozinha e é barista do Starbucks, de volta para Portland, cidade onde encontraria todos os fantasmas do passado de quem estava fugindo há anos. A vovó ficou doente e um dos seus últimos pedidos era ver Kacey novamente. Jake, que não é burro, a propõe um noivado de fachada na ocasião para que ele pose de bom moço na frente da família e dos acionistas da empresa que assumiu aos 21 anos e ela aceita.

Tudo se desenrola a partir daí. Kacey está num lugar para onde não queria voltar, fingindo estar noiva de um cara lindo, milionário e que não sabia manter o zíper das calças fechado, com medo de reencontrar o cara que a atormentou durante toda a sua infância e adolescência e recebendo todo o carinho familiar que não tinha há tempos. Para melhorar (ou não) a situação, Travis, a quem ela não via desde quando saiu de Portland, cresceu e continuou sendo absurdamente implicante, mas era um homem daqueles que tornavam impossível um simples desvio de olhar. Sem perceber, Kacey estava atraída pelo irmão do seu noivo de fachada. E a história só fica melhor: Os pais deles acham que ela está grávida.

"- Eu odeio ursos. - Travis se sentiu com 10 anos de novo. Kacey tinha perguntado porque ele estava chorando e ele respondera que era porque estava passando Ursinhos Carinhosos na TV de novo.
Naquele natal, ela comprou um Ursinho Carinhoso para ele.
Ele chorou.
De novo."

Eu juro que tentei, mas é impossível escrever uma resenha desse livro sem falar do pedaço de mal – ou bom – caminho que é Travis. Pra começar, esse nome. Que fique decretado aqui: todo Travis da ficção literária PRECISA ser absurdamente sedutor, bonito, sexy, inteligente, forte, lindo e eu já disse sexy? Consegui me apaixonar mais ainda pelo Travis Titus do que pelo Travis Maddox (e eu achei que isso nunca seria possível) porque, essencialmente, eles são bem parecidos. Mas o Titus é bem menos obcecado e doentio que o Maddox. De vez em quando, tudo o que você (no caso, Kacey) precisa é de um par de braços fortes pra te envolver, te ninar e te segurar até você acabar de chorar e se sentir totalmente segura naquele ninho, que mais parece uma fortaleza. E o Titus tinha isso de sobra. Afinal, um homem que era isso tudo e ainda assim morria de medo de ursos e dormia com um coelhinho de pelúcia por perto desde sempre era o que uma mulher como Kacey quer quando procura um amor: força e sensibilidade, juntos, mesclados na mesma medida num cara perfeito.

As falhas de Rachel estão mais na execução do que, efetivamente, na história. Em um número considerável de vezes eu tive que voltar o que estava lendo para descobrir efetivamente quem estava falando. Cada capítulo mostra o ponto de vista de um personagem, alternando entre Kacey, Jake e Travis, em terceira pessoa. Com o narrador não inserido na história, às vezes ela se perde na indicação de personagens. Uma coisa que me incomodou um pouquinho na história foram algumas atitudes um tanto infantis de Travis e Kacey, mas eu consegui ignorar isso tudo com o conjunto de tensão sexual e fofurice desse cara. Se algum dia eu encontrar um Travis fictício que não seja tão bom quanto esse e o outro, da Jamie, vou ficar seriamente frustrada.

Uma coisa maravilhosa sobre esse livro: ele é o primeiro volume de uma trilogia – amei essa história de vários new adults tendo continuações. The Wager e The Dare são os próximos e eu não vejo a hora de serem publicados aqui no Brasil (se demorarem muito vou me render à Amazon e comprar para o Kindle em inglês). Não vou contar os detalhes aqui porque as sinopses deles dão spoilers do primeiro livro, mas se você quiser ler em inglês, o Goodreads tem aqui e aqui.

"- Onde você esteve por toda a minha vida?
- Em casa. Estive em casa esperando por você"

Entrevista com Eastwood Allen, o fã que fez um documentário sobre o John Mayer



Quando eu decidi que queria voltar com o blog, fiquei pensando em qual post eu faria para o dia da volta. Com o tempo, fui deixando algumas coisas em rascunho. Mas há mais ou menos duas semanas uma lâmpada se acendeu na minha cabeça e eu não sabia se ela ia dar certo, mas deu. Então, aqui estou eu, blogando de novo e com uma entrevista internacional (feita por e-mail porque ainda não tá tendo grana pra ir pra Inglaterra) no dia em que o blog volta.

Acontece que eu sou fã do John Mayer (sério, Ariel, really?) e posso dizer por experiência própria que o nosso fandom é bem dedicado. Não é à toa que um desses fãs, o Eastwoood Allen, lá da terra da rainha, fez um documentário sobre a carreira do baby Johnny. Ele trabalha com edição de vídeos lá na terra da rainha e usou material recolhido na internet para produzir o Someday I'll Fly.

Como se isso tudo não pudesse ficar melhor, amanhã, aqui no Rio, vai rolar uma exibição legendada em português do documentário do Eastwood na Livraria Cultura do Centro. E adivinhem? O evento foi organizado por fãs. As responsáveis são as meninas do Vai Lá Fã do John Mayer, John Mayer Brasil e John Mayer BR e eu vou acompanhar o dia inteirinho de atividades, a exibição do doc e torcer pra ganhar algum brinde pra vir aqui contar tudo depois.

Aproveitando a oportunidade, eu bati um - mini - papo com o Eastwood, que além de talentoso, é super simpático e topou dar uma entrevista por e-mail para uma quase jornalista de um blog que está começando de novo e aqui estou eu, escrevendo esse post.

O Someday I'll Fly não foi o primeiro trabalho do Eastwood relacionado ao John. Há quatro anos, ele montou um clipe para uma das minhas queridinhas, Assassin, do álbum Battle Studies, e na época o burburinho foi tanto que até o John tweetou falando sobre o vídeo. Numa entrevista que o Eastwood deu na época para o John Mayer BR, ele diz que escolheu essa música por achar que ela é uma das mais visuais no repertório do John. "Eu recebi comentários de muitas pessoas dizendo coisas como, 'Você realmente capturou o que eu imaginava da música em um vídeo.' A verdade é que eu senti que a música tinha uma identidade de como o vídeo deveria ser. É simplesmente ótima, música descritiva e eu só tive que por o visual". Com o documentário, o início não foi muito diferente. Eastwood queria montar um clipe para The Age of Worry."O vídeo ia ser como uma mini biografia da carreira do John até ele lançar o Born and Raised. Eu amo a música e como ela é bem diferente de Assassin, eu tive que tomar uma direção deferente na edição. Comecei a pegar fotos de quando o John era pequeno, fotos de ensino médio, da faculdade e em pouco tempo, eu já tinha 6-7 minutos de vídeo. Então eu percebi que tinha um projeto muito maior para ser feito e depois de muita pesquisa e muitas anotações, eu pensei em dar uma chance ao documentário.



Do início das pesquisas até o final da produção, foram seis meses de trabalho. Allen comentou que por ser um projeto grande, ele teve chances de mudar o estilo de edição para que o trabalho sempre se mantesse novo e empolgante. "Eu tentei combinar o estilo de edição com o tipo de música que o John estava produzindo na época. Nunca me diverti tanto como um editor e nunca tive um trabalho tão desafiante, ao mesmo tempo. Acho que não usei nenhuma imagem ou música repetida nele todo. Uma das coisas que mais me incomodam quando assisto documentários é a repetição da mesma foto ou vídeo".

Quando perguntei o que John significava para ele, nós concordamos quanto ao fato de que Mayer coloca tanta paixão em seu trabalho que é praticamente impossível não se inspirar por ele se você é fã. E ele foi além:

"Sou fã do John desde 2003 quando ouvi No Such Thing num programa de TV. Depois achei Clarity e foi isso. Eu estava viciado.

John Mayer é único. Ele não é apenas um guitarrista ou um compositor. Ele é multifacetado e não se prende a apenas um tipo de música. Eu acho que isso inspira os fãs dele. Nós vemos outros jovens músicos seguindo o caminho dele conforme as gerações passam. Eu acho empolgante ser fã do John porque ele não tem um "prazo de validade", está sempre tomando novos rumos. Ele mesmo é um fã apaixonado de outros músicos. Como nós, ele cresceu seguindo e estudando as carreiras de outros artistas. Ele sempre aceita as oportunidades de colaborar e se inspirar por outros músicos, e eu acho isso incrível. Eu me tornei fã de vários outros artistas por causa do John Mayer".

Para fechar, ele também mandou um mini recado pra quem vai estar amanhã no evento do Rio e pra quem ainda não assistiu ao documentário: "Eu estou incrivelmente animado para saber a reação das pessoas. Me disseram que uma parte dos fãs que vão estar no evento estava esperando especificamente uma tradução em português para assistir Someday I'll Fly. Desde o primeiro dia, eu estou impressionado com a resposta dos fãs e os brasileiros são sempre muito positivos e gentis em seus comentários. O mínimo que eu posso fazer para tentar retribuir o favor é ajudar com a tradução e o compartilhamento do vídeo. É para os fãs. Os fã clubes estão sendo realmente incríveis. Espero ver algumas das fotos"

Se você ainda não assistiu Someday I'll Fly e se interessou pela história, eu coloquei o vídeo aqui. Sem legendas, porque é o disponível originalmente.

  

Depois desse pedido, eu acho que todo mundo que aparecer por lá amanhã pode e deve mandar de várias formas possíveis as fotos para o Eastwood ver. Ele sempre responde no twitter, @eastwoodallen. Além disso, dá para entrar em contato pelo site e pelos comentários do canal do YouTube

A partir desse momento, eu estou contando os segundinhos para esse evento de amanhã. Acho que amanhã mesmo eu já consigo postar a cobertura dele por aqui.E muito, muito obrigada se você leu esse post todo, indo ou não à exibição amanhã. <3


And we're back!

Foram muitas idas e vindas até voltar para cá. Troca de layouts pra cá, blog novo pra lá, falta de tempo de outro lado. Algumas desistências e crises e muitos "o que eu vou fazer da minha vida?" depois, decidi voltar para a essência daquilo que me faz feliz: escrever. Sobre a vida, sobre o jogo de futebol de domingo, sobre a música nova do John Mayer, sobre livros de menininha e sobre as histórias e personagens que nascem na minha cabeça. Como querer ser uma escritora sem treinar, efetivamente? Como correr atrás do meu sonho rolando a timeline do facebook por horas sem fazer nada produtivo por mim?

Os sinais estavam na minha cara. em falas de filme, trechos de livros, conselhos de amigos e postagens de blogs. A única pessoa que pose fazer algo por mim sou eu mesma, e eu demorei a entender isso. Dei muito murro em ponta de faca, quebrei a cara várias e várias vezes, mas to aqui. E to feliz.

Eu sei que esses posts de início/recomeço de blog são sempre meio clichés e motivacionais. Mas eu to adotando (tentando, pelo menos, vai?) o estilo cliché, motivacional e positivo pra vida porque stress dá ruga e nervosismo demais só faz os problemas parecerem maiores do que já são. E se a força de vontade cair, eu corro pra cá e escrevo, bem no lema "escrevo, logo existo".

Extrapolando a cota de cliché de um post pequeno, eu digo: que a felicidade vire rotina. And may the odds be ever in my favor <3