Nome:
Belo Desastre
Título Original:
Beautiful Disaster
Autora:
Jamie McGuire
Editora:
Verus
♥♥♥♥♥
Skoob
Sinopse: Abby Abernathy é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão, e tem a quantidade apropriada de cardigãs no guarda-roupa. Abby acredita que seu passado sombrio está bem distante, mas, quando se muda para uma nova cidade com America, sua melhor amiga, para cursar a faculdade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy da universidade. Travis Maddox, com seu abdômen definido e seus braços tatuados, é exatamente o que Abby precisa – e deseja – evitar. Ele passa as noites ganhando dinheiro em um clube da luta e os dias seduzindo as garotas da faculdade. Intrigado com a resistência de Abby ao seu charme, Travis a atrai com uma aposta. Se ele perder, terá que ficar sem sexo por um mês. Se ela perder, deverá morar no apartamento dele pelo mesmo período. Qualquer que seja o resultado da aposta, Travis nem imagina que finalmente encontrou uma adversária à altura. E é então que eles se envolvem em uma relação intensa e conturbada, que pode acabar levando-os à loucura.
Eu já vinha ouvindo falar de Belo Desastre há algumas semanas na
blogsfera literária antes de conseguir comprá-lo. Na verdade, eu comprei esse
livro mais ou menos às escuras. Estavam falando bem na internet, eu tinha lido
algumas resenhas positivas, vi uma promoção imperdível no amigo Submarino e meu
instinto de leitora voraz com um cartão de crédito falou mais alto.
“- Um brinde! – Ele gritou. (...) – Aos babacas! (...) – E às garotas
que partem o coração da gente. – ele curvou a cabeça para mim. Seus olhos
tinham perdido o foco. – E ao horror de perder sua melhor amiga porque você foi
idiota o bastante para se apaixonar por ela.”
Ao abrir a primeira página de Belo Desastre, somos transportados para
o mundo oculto da Universidade de Eastern, onde lutas secretas acontecem em porões
à noite, fora da vista dos professores. Travis Maddox é a “estrela” dessas
lutas. Nunca perdeu para ninguém e é carinhosamente apelidado de “Cachorro
Louco” por causa de seu desempenho nos ringues. É o bad boy da universidade e
quando não está ganhando dinheiro clandestinamente com essas lutas, está
ocupado tentando descobrir com qual menina do campus ele ainda não dormiu.
Travis é primo de Shepley, que vem a ser namorado de America, a melhor amiga de
Abby Albernathy. Abby foi parar em Eastern fugindo de um passado familiar
conturbado. Ela quer recomeçar a vida e faz de tudo para ser certinha. Tira
boas notas, se veste decentemente e não se envolve com meninos... Pelo menos não se envolvia até conhecer Travis.
Não há como falar de Belo Desastre sem a pergunta clássica:
“Essa história não é clichê?”. A menina certinha, santinha, boa samaritana que
se apaixona por um bad boy sem salvação e consegue transformá-lo num bom rapaz
e eles são felizes para sempre no final da história. A minha resposta é: NÃO. Belo Desastre não é um clichê
adolescente. Abby não é tão certinha. E Travis não é um bad boy completo.
“Mas ele era o pior tipo de cara confiante. Não era apenas
descaradamente ciente de seu poder de atração, mas estava acostumado com o fato
de as mulheres se jogarem para cima dele, de modo que via meu comportamento
frio como um alívio em vez de um insulto.”
Abby e Travis se conhecem por
intermédio de America e Shepley e a relação deles já começa conturbada.
Inicialmente, Travis fica intrigado pelo fato de Abby ser a única menina da
universidade inteira que não quer nada com ele. Abby foge dele porque ele é a
personificação de tudo o que ela deixou para trás quando foi para Eastern. Mas
isso não impede os dois de fazer uma aposta que colocaria, qualquer que fosse o
lado perdedor, numa situação complicada. Se Abby ganhar, Travis passa um mês
sem sexo. Se Travis ganhar, Abby passa um mês no apartamento dele. E é nesse um
mês que vida deles dois vira de cabeça para baixo – literalmente.
Em determinados momentos, Abby se
mostra uma grande interrogação para o leitor. Ela luta constantemente contra o
que está sentido por Travis, às vezes por medo, às vezes por teimosia e
orgulho. Em minha opinião, em boa parte do livro, nem ela mesma entendia o que
sentia por ele, por isso ela tomava algumas atitudes que me fizeram querer
entrar no livro e dar uns tapas nela. E que fique claro: Ela não é a santinha
que a sinopse pinta. Ela bebe, fala palavrão e se mete em situações no mínimo
incomuns para as protagonistas imaculadas de outros livros. Então, se – quando
– você for ler, não vá com essa imagem dela na cabeça.
Travis é o mais novo de cinco
irmãos. Sua mãe morreu quando ele ainda era uma criança, e ela foi a única mulher
que ele respeitou durante toda a vida... Até conhecer Abby. Ele vê nela uma
coisa que não encontrou em todas as outras mulheres que já teve que a relaciona
com sua mãe e é por isso que os sentimentos dele são tão fortes. Avassaladores, eu diria. Travis sente
necessidade de ter Abby por perto. Ela se torna uma espécie de amuleto para
ele, mesmo quando isso é o que ela menos quer que aconteça. Ele se transforma
numa pessoa completamente diferente perto da Abby, começando pela forma como a
chama e terminando em todas as coisas que ele é capaz de fazer por ela e para
ela se sentir bem. A primeira impressão de Travis é aquele clássico: As meninas
querem, os meninos querem ser. No caso dele, os meninos querem ser E têm medo.
Mas depois que ele se envolve com a Beija-Flor,
ele mostra que por baixo dessa máscara de força e dureza, tem um cara que pode
ser sensível, carinhoso, fofo e
apaixonado. Mas só por ela.
“Quanto mais ele sorria, mais eu queria odiá-lo, e, no entanto esse era
o motivo pelo qual odiá-lo era impossível.”
Dos personagens secundários,
Finch foi de longe meu preferido. É aquele amigo gay de que toda menina precisa
em um determinado momento da vida. Ele não aparece muito, mas em todas as vezes
que dá as caras, tem as falas mais divertidas e as atitudes mais admiráveis.
America e Shepley só não são mais inconstantes de Abby e Travis. Apesar de não serem
o casal principal, também se envolvem em um draminha que faz você torcer
avidamente pela resolução enquanto lê.
O que te empolga mais ao ler Belo Desastre é a relação de amor e ódio
que você cria com Trav e Abby. Até agora eu não sei se os amo loucamente ou se
os odeio com todas as minhas forças. A balança pende mais para o lado do amor,
mas o livro é tão bem escrito, que a sensação de confusão nos sentimentos que
eles dois experimentam em boa parte dele passa para o leitor. Jamie McGuire
escreve perfeitamente bem. Todas as tramas são bem amarradas, sem pontos soltos
e a narração de Abby é feita de um jeito que faz você não querer parar de ler nem
para dormir.
Uma coisa boa: Jamie já disse
estar trabalhando no segundo volume dessa série. Uma coisa não tão boa assim: Walking Disaster, ainda sem título em
português – aposto em
Desastre Ambulante – vai ser essa mesma história contada
sob o ponto de vista de Travis Maddox, com a narração dele. Ou seja, Belo Desastre não vai ter uma
continuação literal, a autora já disse que está satisfeita com o final dado por
ela a Abby e Trav em BD. Eu
não vejo a hora de ter o meu Walking
Disaster em mãos, apesar de achar que essa história merecia continuação
vitalícia, com um volume novo a cada ano.
E não se enganem: Apesar de
parecer, Belo Desastre não é um livro
teen. Tem sexo, palavrões, bebidas e violência. Na medida certa, mas tem.
#FicaaDica
Eu nem preciso dizer que indico
esse livro para o mundo, certo? Leia, releia e depois leia mais uma vez –
porque é exatamente isso que você tem vontade de fazer quando lê a última
pontuação do livro. Abrir na primeira página e ler tudo de novo.
“Vi a mesma paz nos olhos de Travis que tinha visto apenas algumas
vezes, e me ocorreu que tal como nas outras noites, a expressão satisfeita dele
era resultado direto da segurança que eu lhe transmitira.
Eu conhecia o sentimento de insegurança, de viver uma onda de azar
atrás da outra, de homens que temem a própria sombra. Era fácil ter medo do
lado negro de Las Vegas, o lado que o neon e o glitter nunca pareciam tocar.
Travis Maddox, porém, não tinha medo de lutar, ou de defender alguém com quem
ele se importasse, ou de olhar nos olhos humilhados e furiosos de uma mulher
desprezada. Ele podia estar numa sala, encarar alguém duas vezes maior que ele
e mesmo assim acreditar que ninguém conseguiria encostar nele – que ele era
invencível.
Ele não temia nada. Até me conhecer.
Eu era uma parte da vida de Travis que lhe era desconhecida, o curinga,
a variável que ele não conseguia controlar. Independentemente dos momentos de
paz que eu lhe dava de vez em quando, em um dia ou outro, o turbilhão que ele
sentia sem mim piorava dez vezes na minha presença. A raiva que ele sentia
havia se tornado apenas mais difícil de controlar. Ser a exceção não era mais
um mistério, algo especial. Eu havia me tornado a fraqueza de Travis.”