Resenha: Divergente, Veronica Roth - Divergente #1


Divergente/Divergent
Veronica Roth
Rocco Jovens Leitores

Sagas. Eu amo sagas. Sagas distópicas, então, nem se fala. Eu custei a começar a ler Divergente, mas assim que comecei, não consegui mais largar. Deixo claro desde já que essa história e Jogos Vorazes só tem uma coisa em comum: As duas são distopias. De resto, são completamente diferentes e maravilhosas no mesmo nível. E cara, se você ainda não ouviu falar em Divergente, não sabe o que está perdendo! 

“Há décadas, nossos antepassados perceberam que a culpa por um mundo em guerra não poderia ser atribuída à ideologia política, à crença religiosa, à raça ou ao nacionalismo. Eles concluíram, no entanto, que a culpa estava na personalidade humana, na inclinação humana para o mal, seja qual for a sua forma. Dividiram-se em facções que procurava erradicar essas qualidades que acreditavam ser responsáveis pela desordem no mundo. (...) Os que culpavam a agressividade formaram a Amizade. Os que culpavam a ignorância se tornaram a Erudição. Os que culpavam a duplicidade fundaram a Franqueza. Os que culpavam o egoísmo geraram a Abnegação. E os que culpavam a covardia se juntaram à Audácia.”

Abnegação, Audácia, Amizade, Franqueza e Erudição são as cinco facções que dividem a versão futurista de Chicago retratada por Veronica Roth. Quando completam 16 anos, os jovens são submetidos a um teste de aptidão para revelar se vão continuar na facção onde nasceram ou se seus instintos e pensamentos fazem com que ele se enquadre em outra. Logo depois do teste, eles comunicam o resultado aos outros membros da sociedade na Cerimônia de Escolha. Dali para frente, eles devem viver na facção escolhida. Se não se enquadrarem em nenhuma delas, eles viram sem-facção e passam a ter uma vida de miséria e pobreza nas ruas.

Beatrice Prior foi criada na Abnegação, mas nunca se sentiu completamente á vontade com as regras e princípios de sua facção. Ao fazer o teste de aptidão, algo sai errado: Ela é uma divergente. Basicamente, ao invés de se encaixar em somente uma facção, ela se encaixa em três. A sua supervisora de teste, Tori, não conta muito sobre o que isso significa para Beatrice, apenas diz que ninguém pode saber, pois ela corre perigo de vida. No dia da Cerimônia de Escolha, toma uma decisão que surpreende a todos, e passa da Abnegação para a Audácia. Em sua facção nova, Beatrice vira Tris e deve aprender a lutar para sobreviver à iniciação.

“Penso no lema que li no meu livro sobre a História das Facções: A facção antes do sangue. Mais do que às nossas famílias, pertencemos às nossas facções?”

Com um segredo que pode custar a sua vida, Tris demora a realmente confiar em alguém e fazer aliados. Isso a enfraquece, mas ela se destaca pela inteligência e pela coragem. Por ser fisicamente mais fraca, Tris se faz de durona para não servir de saco de pancada dos outros iniciandos, mas ela não é da Audácia. Ela é Divergente, é tão corajosa quanto altruísta e, no fundo, sente falta de casa e segura as lágrimas sempre que é colocada numa situação de pressão extrema.

A narração é em 1ª pessoa e quem conta a história é Tris, mas isso não faz com que os outros personagens sejam mal construídos. Will, Christina, Al, Tori, Peter e Quatro merecem destaque. Principalmente Quatro. Para falar a verdade, o livro podia ser todo sobre ele. Acho que, com isso, deixo clara a minha opção de personagem preferido, certo? Paixão é pouco para descrever o que eu senti pelo audacioso interesse amoroso de Tris. O desenvolvimento da história dele ao longo do livro é quase tão envolvente quanto a história da própria Tris, se não for mais.

Veronica fez um trabalho excelente com o tema que tinha nas mãos. A narrativa tem uns furos, mas nada que impeça o desenvolvimento da história. Ao contrário do que vi algumas pessoas comentando, achei que ela foi bem fluída e tranquila de acompanhar. Não foi à toa que devorei as exatas 500 páginas de história em três dias.


‘ - Todas as facções condicionam seus membros a pensar e agir de determinada maneira. E a maioria das pessoas faz exatamente isso. Para a maior parte das pessoas, não é difícil aprender, encontrar uma linha de pensamento que funcione e seguir por ela. Mas nossas mentes movem-se em dezenas de direções diferentes. Não podemos ficar confinados a uma única maneira de pensar, e isso apavora nossos líderes. Isso significa que não podemos ser controlados. E significa também que, não importa o que eles façam, nós sempre causaremos problemas para eles.


Sinto como se alguém tivesse enchido o meu pulmão com novos ares. Não sou da Abnegação. Não sou da Audácia.
Eu sou Divergente.
E não posso ser controlada.”

4 comentários:

  1. Acho que você falou tudo, Ari! *-* AMO sagas, AMO Divergente e AMO o Quatro!
    A propósito... Adorei os trechos do livro que você colocou no post! <3

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    1. Meniiiiiiiiiiiiina, eu tenho o dom de me apaixonar por sagas adolescentes, por mais modinha que isso seja e nem ligo, haha. O Quatro é amor da vida pra sempre <3
      Obrigada, hihi

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    2. Olha... Tris me desapontou para a VIDA! :( hahahaha mas tudo bem! A gente fica com o Quatro pra gente *---* hahahahahaha

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    3. A Tris foi uma super decepção MESMO. De verdade. Ainda não superei...

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