Resenha: Como Eu Era Antes de Você, Jojo Moyes


Como Eu Era Antes de Você/Me Before You
Jojo Moyes
Intrínseca
♥♥♥♥

Acho, realmente, que o nome desse livro é meio que uma previsão do que você vai se pegar pensando ao acabar de lê-lo. Eu acho que Will Traynor me ensinou algumas coisas (uma delas foi que você pode amar e odiar uma pessoa tranquilamente) e eu, com certeza, mudei minha opinião e forma de pensar em relação a alguns assuntos. E não há como não chorar um pouquinho com os acontecimentos.

Louisa Clark é uma jovem inglesa de 26 anos. Ela mora em Stortfold, típica cidade pequena de interior. O castelo Stortfold é o que faz a cidadezinha ganhar movimento com os turistas nas férias. Lou trabalhava há seis anos no The Butttered Bun, um café tradicional, mas quando Frank, dono da loja, precisou fechá-la, ela se viu desempregada, sem estudo e sem experiência para conseguir algo melhor do que trabalhar numa frigorífica de frangos no turno noturno.


Quando uma vaga para ser cuidadora de um tetraplégico aparece, Lou aposta todas as suas fichas. O tetra que precisa de cuidados é Will Traynor, ex-CEO de 35 anos, com lesão nas vértebras C3 e C4 da coluna, causada por um acidente de motocicleta dois anos antes. Intransigente, indelicado e bruto com as palavras, ele faz os primeiros dias de trabalho de Lou um verdadeiro inferno. Ela persiste porque precisa do dinheiro para ajudar a família.

"- E se eu disser que não quero mais você aqui?
- Não fui contratada por você. Fui contratada pela sua mãe. E, a não ser que ela não me queria mais aqui, vou continuar. Não porque me importe particularmente com você, ou com este trabalho idiota, ou por querer mudar a sua vida de alguma maneira, mas porque preciso do dinheiro. Certo? Eu realmente preciso desse dinheiro."

Ao descobrir o motivo por ter sido contratada apenas por seis meses, Lou quase desiste. Depois, bola um plano mirabolante de ir contra as circunstâncias e acaba quebrando a casca grossa de Will e consegue conviver com quem ele é de verdade, ou, pelo menos, era, antes do acidente.

"- Ah, anime-se, Clark. Sou eu que estou recebendo ar escaldante nos genitais.
Não respondi. Ouvi a voz dele por cima do barulho do secador.
- Vamos lá, qual é a pior coisa que poderia me acontecer: acabar numa cadeira de rodas?
Pode parecer idiota, mas não consegui não rir. Era o mais perto que Will chegara de realmente tentar fazer algo para me animar." 

O universo criado por Jojo com as situações, as personalidades fortes dos dois protagonistas, as falas e a intensidade com que Lou se entrega a esse emprego e à missão que aceita junto delete inserem com muita facilidade na vida de Will. A forma como a relação de confiança, cumplicidade e até amor deles dois cresce é linda de se ver e é por isso que é impossível não se sensibilizar e ficar com uma ressaca literária das mais brabas com eles dois. A analogia com o nome do livro também se encaixa totalmente neles dois. Will e Lou nunca foram mais os mesmos depois que se conheceram. E isso foi algo bom para eles dois.

Perdi as contas de quantas vezes tive vontade de entrar no livro, voltar o tempo e fazer Will e Lou se conhecerem antes do acidente dele. Mas, talvez, a história não seria tão bonita caso isso acontecesse. A verdade é que eu nunca mais vou olhar um cadeirante da mesma forma novamente. e isso eu tenho que agradecer à Jojo Moyes. Nunca tinha lido nada dela, mas acho que foi uma ótima compra e uma ótima autora a entrar na minha listinha de boas experiências literárias.

E tem mais: Se você vive fora do mundo da internet e das notícias de adaptações de livros para o cinema, o filme de Como Eu Era Antes de Você estreia em 2015 e já começou a ser filmado. Will e Lou serão interpretados por Sam Claflin, o Finnick Odair da franquia Hunger Games e Emilia Clarke, a Daenerys Targaryen de  Game of Thrones. Confesso que ainda não assisti nada da Emilia pra falar com propriedade sobre, mas imagino que ela vai ser uma Lou muito boa. Quanto a Sam, sou suspeita demais. Não apenas por ele dar vida ao meu personagem preferido de uma das minhas trilogias literárias preferidas no cinema, mas por ele ser um ótimo ator e super capaz de ~sambar na cara dos haters~ interpretando o Will, que vai ser o primeiro deficiente de sua carreira como ator. Apenas não vejo a hora de assistir esse filme e chorar como só chorei com A Culpa é das Estrelas no cinema.

"- Ei, Clark. Conte alguma coisa boa. 
Olhei pela janela para o céu azul claro da Suíça e contei a história de duas pessoas. Duas pessoas que não deviam se encontrar e que não gostaram muito um do outro quando se conheceram, mas que descobriram que eram as duas únicas pessoas no mundo que podiam se entender. Contei as aventuras que tiveram, os lugares onde foram e as coisas vistas que nunca esperaram ver. Conjurei para ele céus cheios de raios, mares iridescentes e noites repletas de risos e piadas bobas. Desenhei para ele um mundo, distante de uma área industrial suíça, um mundo onde ele ainda era, de algum modo, a pessoa que queria ser. Mostrei o mundo que ele tinha criado para mim, cheio de encantos e oportunidades. Deixei que soubesse que uma mágoa tinha se curado de um jeito que ele não podia imaginar, e que só por isso, eu estaria para sempre em dívida com ele. (...)
- E esses foram os melhores seis meses da minha vida.
- Engraçado, Clark, os meus também"

4 comentários:

  1. Quero confessar que eu odiei esse livro kkkkkkkkkkkkkkkk vamos, me mate logo.
    Na verdade assim, eu fui com expectativas demais, comprei e me enfiei de cara, logo me apeguei ao Will e bem, você sabe o resto HAHAHA. Na verdade também, sou Testemunha de Jeová e não gostei da maneira como a JoJo nos retratou em uma cena, pois não somos assim. Só que até aí eu relevei e deixei passar, só que eu esperava outro final. Não porque eu acredite em finais felizes, eu amo livros como Convergente, por exemplo, que podem provar que eu sei gostar de livros trágicos kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mas acontece que eu achei muito intensa e cruel a decisão final, sou cristã sabe, acho que se valorizarmos a nossa vida, vamos sim ser recompensados (soei patética? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mas não sabe, eu sou legal). E cara, como eu chorei com esse livro desgraçado, fiquei em depressão nessa merda kkkkkkkkkkk E SIM, vou assistir o filme, mas só por causa do Sam <3 rs Falei demais e embaralhei tudo, né? Beijossssssssssssssssss

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    1. Odeio me apegar a personagens tipo ele, cara. E não, você não soou patética. Eu também sou cristã e penso da mesma forma em relação a isso (to tentando não dar spoiler, hahahahah). Também achei meio chato um pedaço em que a Lou ignora uma das respostas do grupo de tetras na internet porque a pessoa começou a falar de Jesus e tal, mas já me acostumei com personagens não-cristãos, senão tava ferrada e nunca mais leria nada, hahaha. Aaaaaaah e eu chorei demais. Tipo, muito mesmo, cara. hahahahah, Sam vai me fazer morrer no cinema com esse personagem :(

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    2. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Me equilibrei em corda bamba também pra não dar spoiler enquanto falava. Mesmo, se a gente for levar cada personagem ao pé da letra, não lemos nada. Mas como disse, to engolindo o choro e a mágoa e vou com tudo ver o filme porque apesar do final, a história como um todo me agradou muito <3

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